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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Toda a arte é inútil!

Vocês já sabem o que penso sobre arte: para mim ela é estopim do inútil que nos faz inverter a relação utilitarista que temos com o mundo ou, em outras palavras, arte é a revalorização das coisas que não precisam de dinheiro para serem belas.
Mas, como minha opinião não importa tanto, talvez valha a pena ler o prefácio do livro de Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray.

  O artista é o criador de coisas belas. 
  O objetivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista. 
  O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para um novo material a sua impressão das coisas belas. 
  A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é um modo de autobiografia. 
  Os que encontram significações torpes nas coisas belas são corruptos sem sedução, o que é um defeito. 
  Os que encontram significações belas nas coisas belas são os cultos, para esses há esperança. 
  Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas significam Beleza. 
  Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros são bem escritos, ou mal escritos. E é tudo. 
  A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban ao ver a sua cara ao espelho. 
  A aversão do século XIX pelo Romantismo é a queixa de Caliban por não ver a sua cara ao espelho. 
  A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa alguma. Até as verdades podem ser demonstradas. 
  Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética num artista é um maneirismo de estilo imperdoável. 
  Um artista nunca é mórbido. O artista pode exprimir tudo. 
  Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a profissão de ator o modelo. 
  Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas. Os que leem o símbolo, fazem-no a expensas suas. 
  O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida. 
  A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que a obra é nova, complexa e vital. 
  Quando os críticos divergem, o artista está em consonância consigo mesmo. 
  Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil, contanto que a não admire. A única justificação para uma coisa inútil é que ela seja profundamente admirada. 
  Toda a arte é completamente inútil.

Se quiser ler o livro todo, clique aqui!

Você concorda com essa visão de arte? Deixe sua opinião nos comentários e trocaremos uma ideia.
Um beijo e um queijo.

4 comentários:

  1. Gostei! Queria ter tempo de ler o livro D;

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    Respostas
    1. Leo, a leitura do livro durante meia hora por dia, entre os estudos ou pouco antes de dormir, pode ser uma boa forma de dar uma descansada na cabeça e relaxar um pouco; deixar a imaginação voar!
      Pense nisso, não é tanto tempo assim, além de tudo, tem on line ou vc pode ir a uma biblioteca e alugar, ou a um sebo e encontrar por um preço módico.
      Tomara que vc encontre um tempinho!

      Abraços

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  2. "A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Graciliano Ramos.

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  3. Tainara: e o que dizem as palavras quando lhe dizem alguma coisa? Hoje, dois anos após essa sua postagem, o que cada palavra lhe diz? Que histórias são contadas?

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